A tireoglobulina é uma glicoproteína iodada grande, composta de 115 resíduos de tirosina, sítios potenciais para a adição de iodo, sendo precussora de T3 e T4. Tirosina é um aminoácido polar sem carga produzido pelo homem a partir da hidroxilação de fenilalanina, outro aminoácido essencial, que não pode ser produzido pelo homem e é adquirido por meio da dieta. A maior parte do iodo dessa molécula se encontra ligada a precussores inativos, monoiodotirosina (MIT) e diiodotirosina (DIT), e a menor parte ligada a resíduos de iodotironina, T3 e T4.
Na região basal da célula da tireóide a tireoglobulina é sintetizada, sendo amarzenada no colóide extracelular, região central da glândula. Durante a hidrólise dessa substância, ela adentra a célula novamente por meio de pinocitose. Nessa via endocítica, a vesícula funde-se ao lisossomo e a tireoglobulina é hidrolisada por proteases, liberando aminoácidos, iodotironinas, MIT e DIT. As iodotironinas são liberadas da porção basal da célula, caindo na corrente sanguínea, e a MIT e a DIT sofrem ação da enzima NADPH dependente deiodinase, tendo seu iodo removido. Esse iodo servirá de reserva à tireoide.
A glândula tireóide é capaz de concentrar iodeto (I -) contra um gradiente eletroquímico, situação que envolve gasto de energia e dependência da bomba de sódio e potássio, por meio da ação da bomba tireoidiana de I-. O iodeto tambem entra na célula por meio de difusão passiva. Após a entrada na célula, o iodeto é oxidado pela tiroperoxidase, que requer peróxido de hidrogênio, água oxigenada, como agente oxidante.
A oxidação do iodeto é inibida por várias substâncias, e por este motivo o iodeto oxidado logo é incorporado em MIT e DIT, reação denominada organificação ou iodação. Vale ressaltar que a tirosina livre pode ser iodada, mas não será reconhecida pelo RNA transportador e, consequentemente, não fará parte de proteínas. Duas moléculas de DIT se ligam para formar T4 e uma molécula de MIT e uma de DIT se ligam para formar T3, durante a hidrólise de tireoglobulina, que é inibida por iodeto e estimulada por TSH.
O hormônio tireóide estimulante (TSH) é uma glicoproteína que para realizar sua função liga-se a seu receptor na membrana plasmática e ativa a adenil ciclase (AMPc), segundo mensageiro da ação hormonal que depende estimulação hormonal contínua, pois sua tividade cessa na ausência do TSH, no caso. Os efeitos do TSH sobre o funcinamento da tireóide ocorrem em minutos e incluem, a aceleração de todas as etapas da biossíntese de T3 e T4.
Por Helouise Bitencourte
Por Helouise Bitencourte
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Referências Bibliográficas:
Harper: Bioquímica; Murray, R. K.; Granner, D. K.; Mayes, P. A.; Rodwell, V. W.; Sétima Edição; São Paulo, Atheneu, 1994.
Bioquímica Básica; Torres, Bayardo Baptista; Marzzoco, Anita; Segunda Edição; Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1999. https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHJJCV4RGCTDPcauBvychETEsCO873pRvP8RGpWqZlQmq36u-Dqy86E6v8TLl7qq_H5Dsdv-A4-noFa03IcAJsjODuR_XKia6yWNmaDCCBaOQ7C0fGDvU3ECSHPf2g71bWN0G7w6IZWJ4/s400/Imagem2.png
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